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domingo, 19 de junho de 2011

MEU VERSO CHIMARRÃO

"A vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e de fúria (...)" - William Shakespeare, McBeth, Cena V, Ato V


Nos dias 15, 16 e 17 de Abril, ocorreu na cidade de Bagé a 8ª Galponeira, no Parque do Gaúcho.
Um público expressivo compareceu ao local, prestigiando o evento que apresenteou alto nível nas composições, com participação de intérpretes como Pirisca Grecco, Marcelo Oliveira, Matheus Leal, Ita Cunha, Rafael Capistrano, Daniel Cavalheiro, entre outros.



Tive a honra, mais uma vez, de ter uma composição classificada para o CD: o Chamamé "Meu Verso Chimarrão", parceria com Juliano Moreno, levada ao palco de forma brilhante pelo Juliano, Érlon Péricles, Clóvis de Souza, Daniel Cavalheiro, Marcelinho Nunes e Clarissa Ferreira. A todos meu muchas gracias! E também meu agradecimento a Davi Teixeira, Rodrigo Tavares, Francisco Brasil, Fabinho Maciel e Betinho Teixeira.
Abaixo, a letra de "Meu Verso Chimarrão" e a foto do corpo de jurados.
Em tempo, "chimarrão" era chamado o gado selvagem, sem dono, nos primórdios do século.


É bem verdade que meu verso não tem marca
Pois traz o couro imaculado dos libertos;
É como um potro mal domado que se aparta
Do conformismo e da mesmice de outros versos.

Não tem no lombo aquele estigma do ferro
Que grava em brasa a assinatura de um patrão
Porque bem sabe que a essência de ser verso
É a liberdade plena de fúria e de som.

O verso é vida, o verso é vício e vice-versa,
É ave rara, um verde vale num deserto;
Verdade e dúvida, vertente, é descoberta
Que um verso livre é bem mais vasto que o universo.

E é deste jeito que meu verso não tem marca
Nem traz no couro a cicatriz dos compromissos
Talvez por isso seja um potro que se aparta
Dos que preferem outros versos, sem sentido.

Não tem no lombo aquele estigma do ferro
Que grava em brasa a assinatura de um patrão
Porque bem sabe que a essência de ser verso
É a liberdade plena de fúria e de som.



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