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quarta-feira, 20 de julho de 2011

CENA RURAL V


A ideia inicial da série "Cenas Rurais", além de divulgar o excelente trabalho fotográfico de Cláudia Albornoz (minha prenda), é levar aos leitores e visitantes do blog um pouco do telurismo, do bucolismo e da simplicidade da Região da Campanha. Hoje, no entanto, abro uma exceção: os versos trazem a indignação com a inércia que tomou conta da Fronteira. Certamente que não estão à altura da foto, mas soam como um grito de alerta.
Gracias a todos.

Uma tapera esquecida
Pros lados da Caneleira
Parece o fiel retrato
Da situação da fronteira.

Um velho marco judiado
Meio com cara de sono
Completa o quadro real
De descaso e abandono.

Há quem diga que os bons ventos
Que sopram no Cerro Chato
Possam mudar a verdade
Pintada neste retrato.

Mas “quem sabe faz a hora” –
Já ensinava a canção –
Se um pingo passa encilhado
Não se perde a ocasião.

Erguer os olhos pro céu,
Braços cruzados, à espera,
Não vai tirar da fronteira
Seu destino de tapera.


Foto: Claudia Albornoz, região da Caneleira, Santana do Livramento/Rivera, maio de 2011
Versos: marcelo d´ávila, julho de 2011

Um comentário:

  1. Oi Marcelo, tudo bem?
    Maravilhosa da foto da tua esposa, assim como teus versos.
    Os dois servem de alerta para o que não deveria ser esquecido,nossa história, que também é nossa cultura.

    Grande abraço!
    Cecília.

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