"Eu sou Gaúcho e me chega pra ser feliz no Universo" ("Eis o Homem", Marco Aurélio Campos)
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sexta-feira, 26 de agosto de 2011
OS PIONEIROS V
CLAUDIO MAMERTO CUENCA foi um dos pioneiros de uma classe que vem revelando, ao longo do tempo, autores de qualidade ímpar, do quilate de um Aureliano de Figueiredo Pinto ou de um Balbino Marques da Rocha: os médicos poetas.
Nascido em Buenos Aires em 30 de outubro de 1812, iniciou seus estudos médicos na Universidad de Buenos Aires em 1838, onde publicou a tese "Las Simpatias en sus Relaciones con la Fisiologia, Patologia y Terapeutica". Sua discrição em revelar-se como poeta fez com que sua obra fosse publicada apenas em 1861, nove anos após sua morte.
Foi médico pessoal de Rosas, participando da Batalha de Caseros; enquanto atendia dois feridos atrás do Monte Palomar, foi crivado de balas pelo Tenente-coronel León Pallejas e pelo Capitão Tomás Larrogoitía, em 3 de fevereiro de 1852. No bolso de seu jaleco, ao morrer, foi encontrado um poema intitulado "Mi Cara".
O poeta Heraclio Fajardo compilou e publicou suas "Poesias Completas" em três volumes, no ano de 1961.
Abaixo, trechos de "El Pampero":
De las brisas y vapores
de aquel solitario suelo,
tan inmenso como el cielo
que allá entredivisa el hielo
de los Andes relumbrar;
y de los hálitos vagos
de los espíritus magos,
que en sus llanuras sin lagos
deben sin rumo vagar;
y de la bruma y del aire,
de la templanza y del frío,
la sequedad y el rocío,
el misterio y el vacío
de la llanura del sud;
naces, pampero, cual nace
todo aquello que Dios hace,
cuando a los designios place
de su eterna rectitud.
Y como hijo de la pampa
que ocupa medio hemisferio
y extiende hasta allá su imperio
donde ciñe el cielo aerio
de los Andes la alba sien;
eres como ella un coloso,
inconmensurable, asombroso,
genio inculto y misterioso
nacido en silvestre edén.
(...)
Imagem: "Interior de una Pulperia" (1862), de Juan Leon Palliere, pintor e litógrafo brasileiro de origem francesa (1823-1887); nascido no Rio de Janeiro, aos 7 anos mudou-se com a família para Paris e, em 1855, para Buenos Aires, onde vive por 10 anos. Com viagens frequentes a Montevideo, foi um estudioso da vida do campo, tornando-se um verdadeiro historiador gráfico de uma época.
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